Arnica Montana (Arnica montana)
Planta da família das asteracea, também conhecida como arnica-das-monstanhas, arnica verdadeira, panaceia das quedas, quina dos pobres, tabaco das montanhas, tabaco do saboianos.
O nome arnica significa pele de cordeiro, aludindo ao tato de suas folhas, suaves e peludas.
A arnica montana, nada tem a ver com as ditas “arnicas brasileiras”, de nomes científicos Solidago microglossa e Porophylum ruderale, entre outras.
As semelhanças entre elas são algumas de suas indicações e a Contraindicações para uso interno.
Erva perene, cresce entre 30 e 60 cm de altura.
Suas folhas são ovadas ou lanceoladas , opostas, formando uma roseta próxima ao solo.
Suas flores são margaridas amarelo brilhantes.
O fruto é um aquênio pardo com papilo branco.
Partes utilizadas
Flores, folhas e rizomas.
Indicações
Atualmente o seu principal uso em forma de pomada é combater os primeiros sinais das contusões do trabalho repetitivo mais conhecidas por L.E.R/D.O.R. T.
A arnica possui as propriedades medicinais devido aos flavonoides, sendo muitos e variados seus usos. Dentre os principais podemos citar: cicatrização de ferimentos superficiais, combate de hemorragias leves, além de ser um ótimo anti-inflamatório natural de uso externo.
A arnica não deve ser utilizada por via oral, por ser comprovadamente hepatotóxica.
Também em casos de pessoas que abriram o pulso por tentar pegar peso acima da capacidade física e outros com contração dos músculos cervicais mais conhecida como torcicolo.
Ferimentos:
Com propriedades analgésicas, a arnica é rápida e eficaz no alívio de hematomas, entorses e lesões desportivas, e na cicatrização de feridas pós-operatórias ou de tratamentos dentários.
Modo de usar
Posologia:
Adultos: Diluir a tintura (geralmente das raízes) a 10% em água para compressas. 20g de flores para cada 11 de água em infuso ou decocto, para compressas e banhos. Com as flores frescas preparam-se cataplasmas e unguentos. Extratos glicólicos de flores ou raízes são usados em cosmética.
Crianças usam de 1/6 partes. Pode ser encontrada em formulações homeopáticas sob a forma de pomada, gel e tintura.
Propriedades medicinais
Antisséptica (antimicrobiana), cardiotônica, adstringente, anticaspa, anestésica e anti-inflamatória.
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Anestésicas
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Antissépticas
Princípios ativos
Glicosídeos flavonoides: betuletol, eupatofilina, glucoronídeos flavonólicos, hispídulina, isoramnetina, luteolina, ptauletina, espinacetina, tricina, caempferol, quercetina, derivados kaempferol e quercetínicos, jaceosidina, 3,5,7-trihidroxi-6,3,4,-trimetoxiflavona, pectolina-arigenina; Álcoois isoméricos: arnidiol e foradiol; Terpenóides: arnifolina, arnicolidôo, e sesquiterpenos - helenalina e derivados; Aminas: bataina, colina, trimetilamina; Cumarinas: scopoletina e umbeliferona; Mucilagem: inulina; Polissacarídeos: proteína ácida arabino-3,6-galactano, fucogalacto-xiloglucano neutro e heteroglicanos ácidos; óleos essenciais: timol e seus derivados; Ácidos graxos: palmítico, linoleico, mirístico e linolênico; Princípio amargo: arnicina; Ácido cafeico; arotenóides: a e beta-caroteno, criptaxantina, luteina; Fitoesteróides; Resinas; taninos; Antoxantina.
Contraindicações | Cuidados
Uso interno, a não ser em homeopatia. Planta altamente tóxica ; Gravidez e lactação. Em pessoas alérgicas a camomila, crisântemos, margaridas e outras Asteraceae.
Precauções: Não deve ser usada internamente, nem em gargarejos, olhos e nariz; não deve ser usada sobre feridas abertas ou cortes na pele. A tintura deve ser diluída antes de seu uso tópico.
Efeitos colaterais: Dores estomacais, diarreia e vômitos; Sangramentos; Dermatite de contato, irritação das mucosas.
Superdosagem: O uso interno pode causar coma e morte. O uso em quantidades acima das prescritas ou em formas terapêuticas não aconselhadas pode causar vômitos, gastroenterite, sonolência, dispneia e parada cardíaca. Lavagem gástrica, indução do vômito e medidas de suporte, de acordo com os sintomas, deverão ser tomadas. Pode haver necessidade de assistência ventilatória.
Toxicologia
O uso em excesso poderá produzir eritema e queimação (uso tópico), além de náuseas, vômitos, traquicardia, hepatotoxidez e depressão (uso interno).
Farmacologia
A planta possui atividade anti-inflamatória discreta e efeito analgésico suave provavelmente pela presença das lactonas sesquiterpênicas. Esta atividade foi comprovada em testes com cobaias.
Testes realizados com 30 maratonistas em um estudo duplo-cego randomizado comprovaram a atividade anti-inflamatória em humanos; Em testes com humanos, em odontologia, arnica foi menos eficiente que o metronidazol e mais eficiente que o placebo no controle da dor e inflamação; A atividade imunoestimulante, comprovada in vivo, deve-se aos polissacarídeos, como o ácido galacturônico; Os compostos fenólicos reduzem os danos tóxicos induzidos no fígado de cobaias.
O extraio das flores tem sido usado no Herbalismo Tradicional para aumentar o fluxo sanguíneo. As lactonas sesquiterpênicas inibem a gregação plaquetária e aumentam a taxa de reabsorção de sangramentos internos.
Não há relatos de pesquisas confirmando o aumento de fluxo sanguíneo em animais. Em um estudo controlado randomizado a planta não afetou os parâmetros de coagulação sanguínea. Os sesquiterpenos têm forte ação bactericida contra Salmonella e fungicida. O efeito curativo sobre feridas ainda não foi comprovado nem em humanos, nem em animais.
Os triterpenos são espasmolíticos. Os flavonoides potencializam esta ação pela estabilização da membrana celular.
A arnica diminui a atividade enzimática, nos processos inflamatórios. A arnica tem substâncias cardiotônicas, Há um relato do uso de arnica em traumatismo facial.
História | Origem | Plantio | Habitat
A arnica montana é uma erva originária das regiões montanhosas da Europa, muito famosa por seu uso externo em lesões musculares.
Muito usadas na fitoterapia e na medicina homeopática, as flores amarelo vivas da arnica são um excelente remédio para todo o tipo de dores.
Origem : Nativa das regiões montanhosas da Europa e da região da Sibéria. Era muito encontrada em estado nativo nas regiões dos Alpes.
História: Na antiguidade passou desapercebida de Hipócrates à Galeno, pois era do domínio dos "bárbaros". Seu primeiro registro escrito é do século XII, na Alemanha.
A partir do século XVIII a planta começou a popularizar-se a tradição do uso interno da Arnica, aqui repudiado, por seus efeitos tóxicos.
Habitat: Planta que vegeta em grandes altitudes, podendo chegar até a 2.000m.
É de ciclo anual, de porte baixo, com folhas lanceoladas, de coloração verde claro.
Suas flores são amarelas, que se destacam da relva. A multiplicação se dá por sementes.
Cultivo e Colheita: Não existem muitas informações sobre o cultivo aqui no Brasil. Mas deve ser realizado em locais de grandes altitudes ou em regiões mais ao sul do Brasil.
Atualmente além da Europa existe cultivo no Canadá. Planta muito consumida e atualmente está com um preço muito caro, com certeza deve estar existindo algum problema com relação ao seu cultivo. Parece ser pouco produtiva.
Família
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Asteraceae
Outras informações
Interação medicamentosa: Potencializa os riscos de sangramentos em pacientes em uso de aspirina, heparina e warfarina. Potencializa os riscos de sangramento e/ou altera a função plaquetária quando usada concomitantemente com: Angélica, erva-doce, assa-fétida, boldo, pimentas, aipo, camomila, cravo-da-índia, feno-grego, tanaceto, alho, gengibre, ginkgo, ginseng, castanha-da-índia, raiz-forte, alcaçuz, ulmária, cebola, papaína, maracujá, acácia, cúrcuma, salgueiro. Pode alterar o tempo de protrombina e tromboplastina.