Caiapiá Verdadeiro (Dorsteniabrasiliensis)
Da família das Moráceas. É uma planta herbácea e perone de rizoma cilíndrico, ovoide, curto, perfumado, fibriloso, cinéreo amarelado, escamoso na parte superior e altamente medicinal, principalmente quando ainda em estado natural, perdendo as propriedades à medida que vai secando.
O rizoma (chamado pelos franceses racine de Contrayerva), perfumado e amargo, revestido de pele mais ou menos vermelha; a massa é branca. Muito útil no combate às febres intermitentes e tíficas, nas irregularidades da menstruação, nas afeições gangrenosas, nas atonias do aparelho digestivo, nas diarreia crônicas, nas disenterias, nas orquites, na leucorreia, no reumatismo, nas enfermidades da pele e na clorose.
Existe nesse rizoma um glicosido, essência e óleo fino, assim como certa percentagem de cinzas. É usada também, na medicina homeopática e já foi comprovada pela ciência a sua eficácia. Seu antídoto é a cânfora. O rizoma tem ainda utilidade, quando reduzido, depois de espremido é transformado em uma pasta empregada para apressar a solidificação dos ossos fraturados, motivo pelo qual a planta em causa tem os nomes de liga-osso e liga-liga.
Ê muito cultivada nos Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Já os Guaranis a conheciam e lhe davam vários nomes como caapiá-açu, Taròpé. É conhecida também como chupa-chupa, conta-de-cobra e contra-erva. Na Argentina conhecem-na com o nome de Higuerrilla. Existem várias espécies de Caiapiá, sendo que do ponto de vista medicinal esta é a melhor.
Suas folhas radicais 3-4, longo pecioladas, cordiforme ovais ou palmatilobadas, até 55 mm de comprimento, sinuoso serradas, obtusas, lactescentes, escabrosas na página superior e brancacentas e pubescentes apenas nas nervuras da página inferior, estipulas, oval triangulares, pubescentes, pedúnculos duas vezes maiores que os pecíolos; as flores são pequeninas, masculinas e femininas misturadas, com receptáculo orbicular ligeiramente convexo, centro peltadas, horizontais, margens inteiras ou um pouco crenadas.
Partes utilizadas
Rizoma.
Indicações
Dismenorreia e menstruações tardias: como antiespasmódico e emenagogo; TPM com dispepsia. dismenorreia e edema: como diurético, protetor da mucosa gástrica; Edemas relacionados ou não com o ciclo menstrual: como diurético; Anemia, atonia do aparelho digestivo: como tônico, estimulante, reconstituinte geral; Dispepsia, gastrite e epigastralgia: como protetor da mucosa gástrica e antiespasmódico; diarreia: como adstringente; Febre tifoide: como diaforético e febrífuga; Fraturas: como acelerador da consolidação.
Propriedades medicinais
Usos etnofarmacológicos: eupéptico, emenagogo, antiespasmódica, tônica digestiva, anti-tebril, anti-diarreica, diurética e consolidadora de fraturas. A massa do rizoma é considerada antisséptico, estimulante, diaforética, tônica, purgativa, diurética, emética e emenagoga.
Princípios ativos
Cumarinas, bergapteno, prenilfurocumarina, ácido pocumárico; Esteróides; Triterpenos: ácidos dorstênicos - B; Flavonoides: flavononas, flavonas, flavanas, flavonóis; chalconas; Alcaloides; Saponinas; taninos ; Oleos essenciais: Ácidos graxos graxos e pépticos; Ácido dorster - ácido secropico; Principais componentes: benzofurano, bergapteno, cajupina, contraierbina, dorestenina, furocumarina, psoralena, secropina, dorstenina e estireno.
Contraindicações | Cuidados
Não utilizar em crianças. Cuidado com pacientes que anti-adesivos-plaquetarios as cumarinas aumentam o tempo de protrombina. Recomenda-se o controle mensal de tempo de atividade de protrombina que não deve ser inferior a 70%; A Dorstenia pode causar reações : fotossensibilização - evitar exposição à luz sola.
Devido aos efeitos das cumarinas recomenda-se não usar o carapiá por mais de 30 dias seguidos sem um intervalo de 5 dias. Após 60 a 90 dias de uso continuado poderão aparecer os efeitos na coagulação sanguínea. Se o aumento fluxo menstrual ocorrer deverá ser reduzida a posologia.
Família
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Moraceae