Rui Barbo da China (Rheum angugticum)
Planta da família das polygonaceae. Planta perene que pode alcançar uma altura de dois metros. Caule grosso, folhas grandes (30-40 cm de comprimento), dispostas em grupos basais, cordadas e palmadamente bilobulares; As flores vermelho-amarelado e o verde esbranquiçado, agrupadas, do tamanho de um talo alto, e que aparecem durante o verão; No Brasil são conhecidos outros vegetais com o nome de ruibarbo, mas que não pertencem ao mesmo gênero de plantas e são nocivos. Entre eles estão o ruibarbo-do-brejo, o ruibarbo-da-guatemala e o ruibarbo-branco.
Partes utilizadas
Somente os talos de forma medicinal.
Indicações
Atonia gástrica com ou sem constipação intestinal; tônico para o organismo e age como purgante, espécie medieiestomatite, anorexia; Afecções do intestino estimulante; Prisão de ventre: como laxante; Gengivite, faringites; Infecções do aparelho urinário; Diarreia.
Uso pediátrico:contraindicado para menores de 12 anos. Uso na gestação e na lactação: contraindicado para gestantes e nutrizes por seu efeito estimulante sobre o útero.
Princípios ativos
Derivados hidroxi-antracênicos (glucósidos antraqui-nônicos): emodina, aloe-emodina, raponticina, crisofanol, reina e fisciona; glucósidos diantrônicos (derivados de reina): senósidos C e D; heterodiantronas: palmidinas A, B e C, senidina C, reidinas B e C; taninos gálicos e catéquicos: glucogalina, ácidos gálicos livres, catequina, epicatequina, ratanina e lindleina; Ácidos orgânicos: ácidos cinâmico, fenilpropiônico, ferúlico, quínico, cafeico e crisofânico; flavonoides: rutina, reidinas A, B e C, catequina; Outros componentes: ácido oxálico (folhas e rizoma), princípio amargo, materiais corantes: aloesona, pectinas, almidón, resinas, óleo essencial, enzimas: oxidases e antraglucosidases, mucílagens, glucósidos de estilbeno:rapontina, rapontigenina, beta-sitosterol e compostos fenólicos.
Contraindicações | Cuidados
Portadores de artrites, doenças intestinais inflamatórias, obstrução intestinal, disfunções hepáticas e renais graves e com história de litíases renal ou urinária e gota (pela presença de oxalatos). Não administrar em casos de hemorróidas (Newall C. et ai., 1996).
Efeitos colaterais: Espasmos abdominais, diarreia e vômitos. Os eletrolitos podem se azerar produzindo hiposodiemia, hipopotasemia e hipocalcemia, que em casos graves conduzem a hiperaldosteronismo secundário, arritmias cardíacas e osteoporoses, respectivamente (Yokozawa T. et ai., 1993); Foi relatado um caso de reação anafilática consecutiva à ingestão de ruibarbo (Mitchell J., 1979). estão relacionados ao contido em antraquinonas livres do rizoma e se apresentam sob a forma de espasmos e dores de cólicas no trato intestinal, em especial; A possibilidade das antraquinonas gerarem carcinoma colorectal através de mecanismos mutagénicos é discutível, foi reportado um só caso fatal (leiomiosarcoma de intestino delgado) em uma mulher de 18 anos de idade que durante cinco anos havia consumido diariamente laxantes contendo dantronas (Patel P. et ai., 1989). Estudos realizados em roedores evidenciaram um potencial genotoxicidada em alguns compostos antraquinônicos glicósidos (Siegers C., 1992); Estudos colonoscópicos realizados em 1095 pacientes que consumiam cronicamente laxantes antraquinônicos determinaram uma alteração da pigmentação da mucosa : Pseudo-melanosis coli, indicadora de abuso de laxantes deste tipo, e desapareceu após a suspensão dos mesmos (Siegers C., 1992) Precauções: Pode diminuir o nível de potássio. A ingestão durante períodos prolongados gera tolerância.
Toxicologia
Suas folhas têm ácido oxálico e são muito tóxicas quando ingeridas por pessoas e animais. Por isso, o aproveitamento do ruibarbo deve ser cauteloso.
Farmacologia
Os ruibarbos oficinais contêm 3 a 12% de derivados antracênicos, dos quais 60% a 80% correspondem a glicosídeos de frãngula-emodina, reina, aloe-emodina, crisofanol e fisciona (Falkenberg, 2004); Na Análise Farmacopéica do Ruibarbo (Farmacopeia Brasileira Iv; 2005 E British Pharmacopea, 2007).
A Quantificação especírofotométrica de derivados hidroxiantracênicos é expressa em reina presentes no pó de raízes; Os extratos vegetais associados fluidificam a bile e aceleram sua eliminação para o intestino.
Adicionalmente, promovem uma branda ação laxante, evitando a constipação sem levar ao hábito nem causar danos ao trato intestinal; O ruibarbo faz parte de formulações fitoterápicas à venda no mercado brasileiro; Os glucósidos antraquinônicos exercem um efeito laxante suave quando se emprega o rizoma seco.
As doses variam entre 2 e 5 gr/dia. Em doses menores: 0,3 gr/ dia exerce efeito antidiarreíco e digestivo por ação dos taninos . Essas doses estimulam o apetite, por seu sabor amargo (Mitchell J., 1979); As antraquinonas livres são responsáveis pelos efeitos secundários de seu uso como laxante, em especial a irritação do trato intestinal. As antraquinonas, segundo relatos, tem atividade eficaz contra o virus do herpes simples (Sydiskis R. et ai., 1991).
A retina mostrou atividade antibacteriana frente a anaeróbios (Cyong J. et ai., 1987); A atividade digestiva e o meteorismo foram analisados no extraio de ruibarbo junto com alcachofra (todos em partes iguais) sobre 57 pacientes que apresentavam este sintoma, observando-se 88% de efetividade ao fim de uma semana de tratamento (Pinero CorpasJ. et ai., 1988); O extraio cru da droga e em especial o acetônico, tem efeito inibidor sobre a atividade da enzima tirosinasa mediante um mecanismo competitivo, que conduz a uma menor síntese de melanina (Ikia K. etal., 1996); Num estudo duplo-cego realizado na Universidade de Shanghai em 140 mulheres grávidas com risco de hipertensão arterial durante a 28a semana de gestação, foram tratadas entre 9-10 semanas com extratos de ruibarbo em baixas doses (0,75 g/dia), em comparação com 125 casos similares a quem se administrou placebo. O grupo tratado com ruibarbo mostrou um significativo descenso nos níveis de antitrombina III, fibronectina e PAI (plasminogen activator inhibiter); Assim mesmo, se verificou hipertensão arterial só em 5,7% das pacientes tratadas com ruibarbo, contra 20,8% do grupo controle.
O mecanismo de inibição da atividade PAI reduz a atividade da fibronectina e diminue a possibilidade de um eventual dano endotelial, contribuindo assim a reduzir o risco de hipertensão arterial nestas pacientes (Zhang Z. et ai., 1995); O extrato seco, iodado e purificado de ruibarbo se preescreve farmaceuticamente, associado ao ácido salicílico em casos de gengivites e estomatites; Os extratos de ruibarbo estão autorizados nos EE.UU. (21 CFR n° 172.510) como promovedor de sabor ou aperitivos amargos dentro da categoria de suplementos dietários (Mc Caleb R., 1993); O Conselho da Europa ataloga-o como recurso alimentício ou promovedor natural do sabor, na categoria N2, que implica limitações de seus princípios ativos no produto final. Assim mesmo figura em várias farmacopéias como as da Alemanha, Austrália, Brasil, China, Egito, Europa, Franca, Grécia, Holanda, Hungria, Inglaterra, Itália, Portugal, Rep. Checa, Romania, Rússia e Suíça.
História | Origem | Plantio | Habitat
Conhecida há mais de 3000 anos. Faz parte da Farmacopeia chinesa. O ruibarbo foi uma planta muito utilizada na Antiguidade no continente asiático, sendo descrita no herbário chinês Pen-King no ano de 2.700 a.C., onde era conhecida com o nome de Ta-Huang ("gran amariila"); Dioscórides a chamou de rheon de onde se originou a atual denominação. Foi descoberta e trazida por Marco Polo, no final do século XIII; introduziu-se nos jardins europeus até o ano de 1763, estendendo-se massivamente através de seu uso popular em todo o continente. O intenso comércio do ruibarbo na Europa durante o século XVIII fez com que vários estados protegessem suas fronteiras do tráfico ilegal.
Habitat: Planta originária do Tibete e da China,
Família
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Polygonaceae